Regina Célia é escritora, formada em Letras, membro da AMULMIG _ Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, autora dos Livros Gangorra e Ad versos, alem de crônicas publicadas em jornais e em posts.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Pra Quando o Carnaval Chegar


A banalização da alegria, a banalização da música, a banalização do corpo, da roupa, da saúde... Tudo é normal, tudo é permitido... Desde que se use a camisinha! Não saia sem ela. Afirmam os discursos permissivos do governo. Sem ela não dá! Apregoam as ONGs, Camisinha na folia é nota dez em harmonia... Aff!!!

Sem noção! Cismam em proclamar que se você curte a folia, vai transar... E eu em casa, ouvindo o Chico cantando Quando o carnaval chegar.

A festa começa na sexta e vai até a madrugada de quarta-feira, quando os foliões deixam as ruas e vão se encontrando com as beatas que se dirigem para o recebimento de cinzas na igreja.

Paaaaara tuuuuuudddddooo!!!


O beijo roubado não é mais permitido. É caso até de policia! “Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá...”Até eu que não curto a folia, não apóio a banalização do sexo, da música, do corpo, das roupas, da saúde e não sou contra o beijo roubado lamento o fim da festa momesca.

É uma pena, mas acabou. “ Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar...”

Pulei todos os dias na minha cama fofa e aconchegante. “Quem me vê sempre parado,distante garante que eu não sei sambar...” Não tenho paciência pra televisão e nem aos desfiles do Rio ou de São Paulo eu assisti. Tomei conhecimento da baderna da apuração em São Paulo pelo face book... Essas redes não perdem nada!

To me guardando pra quando o carnaval chegar!”

Aqui virou moda dizer “é meu jeito moleque de ser”... Tudo isso em referencia à banda que abriu nosso carnaval e que , pelo visto, o povo curtiu à beça!

“E quem me vê apanhando da vida, duvida que eu vá revidar...Tô me guardando pra quando o carnaval chegar!”

Agora a vida volta ao normal. Ou, em muitos casos, começa o ano... No Brasil o ano novo, em geral, começa após o carnaval. É A banalização do tempo. Yes, nós temos bananas!

As marchinhas da Praça Nossa Senhora Aparecida ainda vão ecoar por toda quaresma na cabeça dos foliões... Banana menina, tem vitamina... Banana engorda e faz crescer!

2 comentários:

  1. Isso é fato Regina!! Sem contar as brigas que ocorrem, a escarnecedora convivência momentânea, bactérias fazendo festa nas bocas e num sei mais onde... a natalidade aumenta muito, que bom, mais alunos pra eu dar aula! Pena que a natalidade perde para a concorrencia: O aborto! Uma nova classe burguesa aparece dos lucros que isso gera e talvez manterá essa "festividade" para sempre desta forma... (e os gringos: Viva tutti las bacterias Brazil!!!) Você é muito minha amiga Regina, não queria te magoar, O CARNAVAL JÁ PASSOU, não espere mais! Chico sim é eterno!!

    Diego Romão (músico)

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  2. Espere sim, querida Regina.Assim como o amigo aí de cima disse sobre a eternidade do Chico, a esperança deve ser eterna!
    seu texto é, como sempre, maravilhoso e pelo que percebo, sua esperança nao está propriamente no carnaval, nao é mesmo?

    Romulo Neto

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